Com velhos conhecidos de Ancelotti, Brasil pega Coreia do Sul em amistoso rumo à Copa
10 October 2025

Com velhos conhecidos de Ancelotti, Brasil pega Coreia do Sul em amistoso rumo à Copa

Linha Direta

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A seleção brasileira faz nesta sexta-feira (10) o primeiro amistoso depois do fim das eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026. O duelo contra a Coreia do Sul, em Seul, começa às 8h pelo horário de Brasília. Na preparação para o Mundial do próximo ano, o técnico Carlo Ancelotti vai escalar velhos conhecidos do tempo em que trabalhava no Real Madrid. Com pouco tempo de trabalho desde que assumiu o comando da equipe em maio, o italiano tenta formar uma base com experiência e entrosamento para superar um ciclo conturbado, com trocas de treinadores, na presidência da CBF e resultados ruins.

Tiago Leme, especial para a RFI em Seul

Nesta rodada de amistosos da Fifa do mês de outubro, o Brasil também enfrentará o Japão, na segunda-feira (13), em Tóquio, mais um adversário asiático que servirá como teste para a Copa. Ancelotti terá poucas oportunidades de testar jogadores na seleção antes do Mundial. O trabalho dele no Brasil tem bem menos tempo do que de treinadores de outros países favoritos ao título, como Argentina e França, por exemplo. Por isso, ele deve usar esses dois amistosos na Ásia para consolidar a base da equipe com jogadores que ele conhece bem.

No time titular para a partida contra a Coreia devem estar quatro jogadores que trabalharam com ele no Real Madrid: os atacantes Vinícius Júnior e Rodrygo, o zagueiro Éder Militão, esses três que seguem no time espanhol, e o volante Casemiro, esse último que agora joga no Manchester United.

Além disso, ele precisa testar e dar oportunidades a outros atletas que brigam por vaga na Copa, em posições que ainda existem dúvidas, principalmente nas laterais. Dos jogadores que costumam ser titulares, o goleiro Alisson e o zagueiro Marquinhos são desfalques por lesão. Com isso, Ancelotti tem que buscar soluções para montar a equipe.

Ele deve escalar o time de forma ofensiva, com Bento, Vitinho, Éder Militão, Gabriel Magalhães e Douglas Santos; Casemiro e Bruno Guimarães (ou Lucas Paquetá); Estêvão, Matheus Cunha, Vinícius Júnior e Rodrygo.

Em entrevista coletiva na véspera do jogo, o italiano reconheceu o desafio que tem pela frente com o curto tempo de preparação, mas demonstrou otimismo com o bom ambiente e pediu foco no coletivo, e não nas individualidades, para conseguir o sonho do hexacampeonato mundial. Ancelotti também disse que a atitude dos jogadores em campo é mais importante que a estratégia.

“Obviamente acho que é preciso mais trabalho tático para trabalhar a estratégia do jogo. Tudo isso pode ser muito importante, mas a parte mais importante não é a estratégia, é a atitude dos jogadores no campo. E para essa atitude, não é preciso muito tempo para se preparar”, disse o treinador italiano.

Fãs sul-coreanos buscam autógrafos e fotos com a Seleção 

A expectativa em Seul é grande por parte dos sul-coreanos, e os ingressos já estão esgotados para o estádio com capacidade para 66 mil pessoas. O local foi palco da abertura da Copa do Mundo de 2002, que a Coreia do Sul sediou em parceria com o Japão, e o Brasil conquistou o penta. Apesar de a seleção brasileira não ter jogado em Seul naquela campanha, depois já atuou três vezes neste estádio contra a Coreia, a última delas em 2022, com goleada por 5 a 1.

Nos últimos dias, muitos fãs locais têm comparecido ao hotel e aos treinamentos da seleção brasileira, com camisas dos seus ídolos e cartazes, em busca de autógrafos e fotos. O atacante Estevão, de 18 anos, ex-Palmeiras e hoje no Chelsea, tem sido o jogador mais assediado.

Novos amistosos previstos

Antes do Mundial nos Estados Unidos, México e Canadá, que começa no dia 11 de junho de 2026, a seleção brasileira deve ter apenas mais sete jogos pela frente. Além de Coreia do Sul e Japão agora, em novembro a ideia é enfrentar dois adversários africanos, provavelmente em Londres e Paris.

Em março do ano que vem, mais dois amistosos devem ocorrer, possivelmente contra seleções europeias, nos Estados Unidos. A última partida antes da Copa será em junho, já depois da convocação final em maio. Por enquanto, Carlo Ancelotti comandou o Brasil em quatro jogos, com duas vitórias, um empate e uma derrota pelas eliminatórias.

Brasil favorito?

Neste momento, é difícil prever se o time brasileiro chegará como favorito ao título. Diante do que a seleção demonstrou após a Copa do Mundo do Catar em 2022, o Brasil está bem atrás de outras equipes com trabalho mais consistente há vários anos. Além da Argentina e da França, atual campeã e vice, Espanha e Portugal, por exemplo, estão com times mais prontos atualmente e jogadores que se destacam em grandes clubes da Europa.

Ancelotti chegará à Copa com apenas um ano de trabalho no Brasil, mas ele é um treinador experiente e consagrado, que tem muita capacidade para erguer uma equipe. Nas duas últimas Copas, na Rússia em 2018 e no Catar em 2022, o Brasil chegou na teoria como um dos favoritos, e o trabalho do Tite, na época, estava mais consolidado. Mesmo assim, a seleção foi eliminada nas quartas-de-final, para a Bélgica e depois Croácia. Então, nada pode ser descartado, porque no futebol tudo pode acontecer.