< Salmos 69

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[1] Salva‑me, ó Deus, pois as águas subiram até o meu pescoço!
[2] Nas profundezas lamacentas eu me afundo; não tenho onde firmar os pés. Entrei em águas profundas; as correntezas me arrastam.
[3] Cansei‑me de pedir socorro; a minha garganta se abrasa. Os meus olhos fraquejam de tanto esperar pelo meu Deus.
[4] Os que sem razão me odeiam são mais do que os fios de cabelo da minha cabeça; muitos são, sem motivo, os meus inimigos; muitos os que procuram destruir‑me. Sou forçado a devolver o que não roubei.
[5] Tu bem sabes como fui insensato, ó Deus; a minha culpa não te é encoberta.
[6] Não se decepcionem por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor, Senhor dos Exércitos! Não se frustrem por minha causa os que te buscam, ó Deus de Israel!
[7] Pois por amor a ti suporto zombaria, e a vergonha cobre‑me o rosto.
[8] Sou um estrangeiro para os meus irmãos e um estranho até para os filhos da minha mãe.
[9] O zelo pela tua casa me consumiu, e os insultos daqueles que te insultam caíram sobre mim.
[10] Até quando choro e jejuo, tenho que suportar zombaria;
[11] quando me visto com pano de saco, sou objeto de chacota.
[12] Os que se assentam à porta zombam de mim, e sou a canção dos bêbados.
[13] Eu, porém, Senhor, no tempo oportuno, elevo a ti a minha oração; responde‑me, pelo teu grande amor leal, ó Deus, com a tua salvação infalível!
[14] Tira‑me do atoleiro, não me deixes afundar; liberta‑me dos que me odeiam e das águas profundas.
[15] Não permitas que as correntezas me arrastem, nem que as profundezas me engulam, nem que a cova feche sobre mim a boca!
[16] Responde‑me, Senhor, pela bondade do teu amor leal; pela tua grande misericórdia, volta‑te para mim.
[17] Não escondas do teu servo a tua face; responde‑me depressa, pois estou em perigo.
[18] Aproxima‑te e resgata‑me; livra‑me por causa dos meus inimigos.
[19] Tu bem sabes como sofro zombaria, humilhação e vergonha; conheces todos os meus adversários.
[20] A zombaria partiu‑me o coração; estou em desespero! Esperei por compaixão, e nada recebi; por consoladores, e a ninguém encontrei.
[21] Puseram fel na minha comida e para matar‑me a sede deram‑me vinagre.
[22] Que a mesa deles se transforme em laço; torne‑se retribuição e armadilha.
[23] Que se lhes escureçam os olhos para que não vejam; faz‑lhes tremer o corpo sem parar.
[24] Despeja sobre eles a tua ira; que o teu furor ardente os alcance.
[25] Fique deserto o seu lugar; não haja ninguém que habite nas suas tendas.
[26] Pois perseguem aqueles que tu feres e comentam a dor daqueles a quem castigas.
[27] Acrescenta‑lhes pecado sobre pecado; não os deixes participar da tua salvação.
[28] Sejam eles tirados do livro da vida e não sejam incluídos no rol dos justos.
[29] Grande é a minha aflição e a minha dor! Proteja‑me, ó Deus, a tua salvação!
[30] Louvarei o nome de Deus com cânticos e proclamarei a sua grandeza com ações de graças;
[31] isso agradará ao Senhor mais do que bois, mais do que touros com chifres e cascos.
[32] Os pobres o verão e se alegrarão; que o coração de vocês que buscam a Deus se reanime!
[33] O Senhor ouve os necessitados e não despreza o seu povo aprisionado.
[34] Louvem‑no os céus e a terra, os mares e tudo o que neles se move,
[35] pois Deus salvará Sião e reconstruirá as cidades de Judá. Então, o povo ali viverá e tomará posse da terra;
[36] a descendência dos seus servos a herdará, e nela habitarão os que amam o seu nome.