< Mateus 15

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[1] Então, alguns fariseus e mestres da lei, que haviam chegado de Jerusalém, foram a Jesus e perguntaram:
[2] ― Por que os seus discípulos transgridem a tradição dos anciãos? Pois eles não lavam as mãos antes de comer!
[3] Jesus respondeu: ― E por que vocês transgridem o mandamento de Deus por causa da tradição de vocês?
[4] Pois Deus disse: “Honre o seu pai e a sua mãe” e “Quem amaldiçoar o seu pai ou a sua mãe terá que ser executado”.
[5] Mas vocês afirmam que, se alguém disser ao seu pai ou à sua mãe: “Qualquer ajuda que vocês poderiam receber de mim já dediquei a Deus como oferta”,
[6] certamente não precisa honrar o seu pai. Assim, vocês anulam a palavra de Deus por causa da tradição de vocês.
[7] Hipócritas! Bem profetizou Isaías acerca de vocês, dizendo:
[8] “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.
[9] Em vão me adoram; os seus ensinamentos não passam de mandamentos ensinados por homens”.
[10] Jesus chamou para junto de si a multidão e disse: ― Ouçam e entendam:
[11] não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas o que sai da sua boca; isto, sim, o torna impuro.
[12] Então, os discípulos se aproximaram dele e perguntaram: ― O Senhor sabe que os fariseus encontraram motivo de tropeço quando ouviram isso?
[13] Ele respondeu: ― Toda planta que o meu Pai celestial não plantou será arrancada pelas raízes.
[14] Deixem‑nos; eles são guias cegos. Se um cego guiar outro cego, cairão ambos em um buraco.
[15] Então, Pedro pediu‑lhe: ― Explica‑nos esta parábola.
[16] ― Vocês ainda não a entenderam? — perguntou Jesus.
[17] — Não percebem que o que entra pela boca vai para o estômago e mais tarde é expelido?
[18] Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e é isso o que contamina o homem.
[19] Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias.
[20] Essas coisas tornam o homem impuro, mas comer sem lavar as mãos não o torna impuro.
[21] Depois que saiu daquele lugar, Jesus retirou‑se para a região de Tiro e Sidom.
[22] Uma mulher cananeia, natural dali, veio a ele, gritando: ― Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Minha filha está endemoniada e sofrendo muito.
[23] Jesus, porém, não lhe respondeu nenhuma palavra. Então, os seus discípulos se aproximaram dele e pediram: ― Manda‑a embora, pois vem gritando atrás de nós.
[24] Ele respondeu: ― Não fui enviado senão às ovelhas perdidas do povo de Israel.
[25] A mulher veio, adorou‑o de joelhos e disse: ― Senhor, ajuda‑me!
[26] Ele respondeu: ― Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá‑lo aos cachorrinhos.
[27] Ela, porém, disse: ― Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.
[28] Jesus respondeu: ― Mulher, grande é a sua fé! Seja feito conforme você deseja. Naquele mesmo instante, a sua filha foi curada.
[29] Jesus saiu dali e foi para a beira do mar da Galileia. Depois, subiu a um monte e sentou‑se.
[30] Grandes multidões dirigiram‑se a ele, levando‑lhe aleijados, cegos, mancos, mudos e muitos outros, e os colocaram aos seus pés; e ele os curou.
[31] O povo ficou admirado quando viu os mudos falando, os mancos sendo curados, os aleijados andando e os cegos vendo. E louvaram ao Deus de Israel.
[32] Jesus chamou os seus discípulos e disse: ― Tenho compaixão desta multidão; já faz três dias que eles estão comigo e nada têm para comer. Não quero mandá‑los embora com fome, porque podem desfalecer pelo caminho.
[33] Os seus discípulos responderam: ― Onde, neste lugar deserto, poderíamos conseguir pão suficiente para alimentar tanta gente?
[34] ― Quantos pães vocês têm? — perguntou Jesus. ― Sete — responderam — e alguns peixinhos.
[35] Ele ordenou à multidão que sentasse no chão.
[36] Depois de pegar os sete pães e os peixes e dar graças, partiu‑os e os entregou aos discípulos, e os discípulos, à multidão.
[37] Todos comeram até ficarem satisfeitos, e ajuntaram sete cestos cheios de pedaços que sobraram.
[38] Os que comeram foram quatro mil homens, sem contar mulheres e crianças.
[39] Tendo despedido a multidão, Jesus entrou no barco e foi para a região de Magadã.