< Marcos 9

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[1] E acrescentou: ― Em verdade lhes digo que alguns dos que aqui se acham de modo nenhum experimentarão a morte antes de verem o reino de Deus vindo com poder.
[2] Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte, onde ficaram a sós. Ali ele foi transfigurado diante deles.
[3] As suas roupas se tornaram brancas, de um branco resplandecente, como nenhum lavandeiro sobre a terra seria capaz de branqueá‑las.
[4] Apareceram diante deles Elias e Moisés, conversando com Jesus.
[5] Então, Pedro disse a Jesus: ― Rabi, que bom é estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.
[6] Ele não sabia o que dizer, pois estavam apavorados.
[7] Em seguida, apareceu uma nuvem que os envolveu; dela saiu uma voz, que disse: ― Este é o meu Filho amado. Ouçam‑no!
[8] Repentinamente, quando olharam ao redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus.
[9] Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do homem tivesse ressuscitado dentre os mortos.
[10] Eles guardaram o assunto apenas entre si, discutindo o que significaria “ressuscitar dentre os mortos”.
[11] Então, eles lhe perguntaram: ― Por que os mestres da lei dizem que é necessário que Elias venha primeiro?
[12] Jesus respondeu: ― De fato, Elias vem primeiro para restaurar todas as coisas. Então, por que está escrito que é necessário que o Filho do homem sofra muito e seja rejeitado com desprezo?
[13] Eu, porém, digo a vocês que Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, como está escrito a seu respeito.
[14] Quando chegaram ao lugar onde estavam os outros discípulos, viram uma grande multidão ao redor deles e os mestres da lei discutindo com eles.
[15] Logo que todo o povo viu Jesus, ficou maravilhado e correu para saudá‑lo.
[16] Jesus perguntou: ― O que vocês estão discutindo?
[17] Um homem da multidão respondeu: ― Mestre, eu trouxe a ti o meu filho, que está com um espírito que o impede de falar.
[18] Onde quer que se apodere dele, joga‑o no chão. Ele espuma pela boca, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram.
[19] Jesus respondeu: ― Ó geração incrédula, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá‑los? Tragam‑me o menino.
[20] Então, eles o trouxeram. Quando o espírito viu Jesus, imediatamente causou uma convulsão no menino. Este caiu no chão e começou a rolar, espumando pela boca.
[21] Jesus perguntou ao pai do menino: ― Há quanto tempo ele está assim? ― Desde a infância — respondeu.
[22] — Muitas vezes esse espírito o tem lançado no fogo e na água para matá‑lo. Mas, se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda‑nos.
[23] ― Se podes? — disse Jesus. — Tudo é possível àquele que crê.
[24] Imediatamente, o pai do menino exclamou: ― Eu creio; ajuda‑me a vencer a minha incredulidade!
[25] Quando Jesus viu que uma multidão estava se ajuntando, repreendeu o espírito imundo, dizendo: ― Espírito mudo e surdo, eu ordeno que o deixe e nunca mais entre nele.
[26] O espírito gritou, agitou‑o violentamente e saiu. O menino ficou como morto, a ponto de muitos dizerem: ― Ele morreu.
[27] Jesus, porém, tomou‑o pela mão e o levantou, e ele ficou em pé.
[28] Depois de Jesus ter entrado em casa, os seus discípulos lhe perguntaram em particular: ― Por que não conseguimos expulsá‑lo?
[29] Ele respondeu: ― Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum.
[30] Eles saíram daquele lugar e atravessaram a Galileia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde estavam,
[31] porque estava ensinando os seus discípulos. Ele lhes dizia: ― O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, e, três dias depois, ressuscitará.
[32] Contudo, não entendiam o que ele queria dizer e tinham receio de perguntar‑lhe.
[33] Chegaram, então, a Cafarnaum. Quando ele estava em casa, perguntou‑lhes: ― O que vocês estavam discutindo no caminho?
[34] Eles, porém, guardaram silêncio, porque no caminho haviam discutido sobre quem era o maior.
[35] Sentando‑se, Jesus chamou os Doze e disse: ― Se alguém quiser ser o primeiro, será o último e servo de todos.
[36] Tomando uma criança, colocou‑a no meio deles e, pegando‑a nos braços, disse‑lhes:
[37] ― Quem recebe uma destas criancinhas em meu nome recebe a mim; e quem recebe a mim não recebe a mim, mas aquele que me enviou.
[38] ― Mestre — disse João —, vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi‑lo, porque ele não era um dos nossos.
[39] ― Não o impeçam — disse Jesus. — Ninguém que faça um milagre em meu nome pode falar mal de mim logo em seguida,
[40] pois quem não é contra nós é a favor de nós.
[41] Em verdade lhes digo que quem der a vocês um copo de água em meu nome, por vocês pertencerem a Cristo, não perderá a sua recompensa.
[42] ― Se alguém induzir a pecar um destes pequeninos que creem em mim, seria melhor que fosse lançado no mar com uma pedra de moinho amarrada no pescoço.
[43] E, se a sua mão o induz a pecar, corte‑a. É melhor entrar na vida mutilado do que, tendo as duas mãos, ir para o inferno, onde o fogo nunca se apaga.
[44] E, se o seu pé o induz a pecar, corte‑o. É melhor entrar na vida aleijado do que, tendo os dois pés, ser lançado no inferno.
[45] E, se o seu olho o induz a pecar, arranque‑o. É melhor entrar no reino de Deus com um só olho do que, tendo os dois olhos, ser lançado no inferno,
[46] onde “o seu verme não morre, e o fogo não se apaga”.
[47] ― Cada um será salgado com fogo.
[48] ― O sal é bom, mas, se deixar de ser salgado, como restaurar o seu sabor? Tenham sal em vocês mesmos e vivam em paz uns com os outros.