< João 19

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[1] Então, Pilatos mandou açoitar Jesus.
[2] Os soldados teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na cabeça dele; também o vestiram com um manto púrpura.
[3] Chegando‑se a ele, diziam: ― Saudações, rei dos judeus! E batiam‑lhe no rosto.
[4] Mais uma vez, Pilatos saiu e disse aos judeus: ― Vejam, eu o estou trazendo a vocês, para que saibam que não encontro nele motivo algum de acusação.
[5] Quando Jesus veio para fora, usando a coroa de espinhos e o manto púrpura, Pilatos lhes disse: ― Eis o homem!
[6] Ao vê‑lo, os chefes dos sacerdotes e os guardas gritaram: ― Crucifica‑o! Crucifica‑o! Pilatos, porém, lhes respondeu: ― Levem‑no vocês e crucifiquem‑no. Quanto a mim, não encontro nele motivo de acusação.
[7] Os judeus insistiram: ― Temos uma lei e, de acordo com essa lei, ele deve morrer, porque se declarou Filho de Deus.
[8] Ao ouvir isso, Pilatos ficou ainda mais amedrontado
[9] e voltou para dentro do palácio. Então, perguntou a Jesus: ― De onde você vem? Jesus, porém, nada lhe respondeu.
[10] ― Você se nega a falar comigo? — disse Pilatos. — Não sabe que eu tenho autoridade para libertar ou crucificar você?
[11] Jesus respondeu: ― Não terias nenhuma autoridade sobre mim se esta não te fosse dada de cima. Por isso, aquele que me entregou a ti é culpado de um pecado maior.
[12] Daí em diante, Pilatos procurava libertar Jesus, mas os judeus gritavam: ― Se deixares esse homem livre, não és amigo de César. Quem se diz rei se opõe a César.
[13] Ao ouvir isso, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou‑se no tribunal, em um lugar conhecido como Pavimento de Pedra, que, em hebraico, é Gábata.
[14] Era o Dia da Preparação na semana da Páscoa, por volta do meio-dia. ― Eis o rei de vocês — disse Pilatos aos judeus.
[15] Eles, porém, gritaram: ― Acaba com ele! Crucifica‑o! ― Devo crucificar o rei de vocês? — perguntou Pilatos. ― Não temos rei, senão César — responderam os chefes dos sacerdotes.
[16] Então, Pilatos o entregou a eles para ser crucificado. Assim, os soldados encarregaram‑se de Jesus.
[17] Levando a sua própria cruz, ele saiu para o lugar chamado Caveira, que, em hebraico, é chamado Gólgota.
[18] Ali o crucificaram, e com ele dois outros, um de cada lado de Jesus.
[19] Pilatos mandou preparar uma placa e pregá‑la na cruz, com a seguinte inscrição: Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus.
[20] Muitos dos judeus leram a placa, pois o lugar em que Jesus foi crucificado ficava próximo da cidade. A placa estava escrita em hebraico, latim e grego.
[21] Os chefes dos sacerdotes dos judeus protestaram a Pilatos: ― Não escrevas “O Rei dos Judeus”, mas sim que esse homem se dizia rei dos judeus.
[22] Pilatos respondeu: ― O que escrevi, escrito está.
[23] Tendo crucificado Jesus, os soldados tomaram as roupas dele e as dividiram em quatro partes, uma para cada um deles, restando a túnica. Esta, porém, era sem costura, tecida em uma única peça, de alto a baixo.
[24] ― Não a rasguemos — disseram uns aos outros. — Vamos decidir por sorteio quem ficará com ela. Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura que diz: “Dividiram as minhas roupas entre si e lançaram sortes pelas minhas vestes”. Assim fizeram os soldados.
[25] Junto à cruz de Jesus, estavam a sua mãe; a irmã dela, Maria, esposa de Clopas; e Maria Madalena.
[26] Quando Jesus viu a sua mãe ali e, junto dela, o discípulo a quem ele amava, disse à sua mãe: ― Mulher, aí está o seu filho.
[27] Depois, disse ao discípulo: ― Aí está a sua mãe. Daquela hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.
[28] Depois disso, por Jesus saber que tudo estava concluído e para que a Escritura se cumprisse, disse: ― Tenho sede.
[29] Estava ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, embeberam uma esponja nele, colocaram a esponja na ponta de um caniço de hissopo e a ergueram até os lábios de Jesus.
[30] Tendo‑o provado, Jesus disse: ― Está consumado! Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito.
[31] Era o Dia da Preparação, e o dia seguinte seria um sábado especialmente solene. Como não queriam que os corpos permanecessem na cruz durante o sábado, os judeus pediram a Pilatos que as pernas dos crucificados fossem quebradas e que os corpos fossem retirados.
[32] Vieram, então, os soldados e quebraram as pernas do primeiro homem que fora crucificado com Jesus e, em seguida, as do outro.
[33] Contudo, quando chegaram a Jesus, constatando que ele já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
[34] Em vez disso, um dos soldados perfurou o lado de Jesus com uma lança, e logo saiu sangue e água.
[35] Aquele que o viu, disso deu testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que está dizendo a verdade e dela testifica para que vocês também creiam.
[36] Estas coisas aconteceram para que se cumprisse a Escritura: “Nenhum dos seus ossos será quebrado”,
[37] e, como diz a Escritura em outro lugar: “Olharão para aquele a quem traspassaram”.
[38] Depois disso, José de Arimateia pediu a Pilatos o corpo de Jesus. José era discípulo de Jesus, mas o era secretamente, porque tinha medo dos judeus. Com a permissão de Pilatos, ele veio e levou o corpo.
[39] Ele estava acompanhado de Nicodemos, aquele que antes tinha visitado Jesus à noite. Nicodemos levou cerca de cem litras de uma mistura de mirra e aloés.
[40] Tomando o corpo de Jesus, os dois o envolveram em faixas de linho, com as especiarias, de acordo com os costumes judaicos de sepultamento.
[41] No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um sepulcro novo onde ninguém jamais fora colocado.
[42] Por ser o Dia da Preparação dos judeus, e visto que o sepulcro ficava perto, colocaram Jesus ali.