< Isaías 1

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[1] Visão que Isaías, filho de Amoz, teve a respeito de Judá e Jerusalém durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá.
[2] Ouçam, ó céus! Escute, ó terra! Pois o Senhor falou: “Criei filhos e os fiz crescer, mas eles se revoltaram contra mim.
[3] O boi reconhece o seu dono, e o jumento conhece a manjedoura do seu proprietário, mas Israel não conhece, o meu povo não compreende”.
[4] Ah, nação pecadora, povo carregado de iniquidade! Raça de malfeitores, filhos dados à corrupção! Abandonaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel e lhe deram as costas.
[5] Por que haveriam de continuar a ser castigados? Por que insistem na revolta? Toda a cabeça está ferida, todo o coração está sofrendo.
[6] Da sola do pé ao alto da cabeça não há nada são; somente machucados, vergões e feridas abertas, que não foram limpas, nem enfaixadas, nem amolecidas com azeite.
[7] A terra de vocês está devastada; as suas cidades foram destruídas pelo fogo. Os seus campos foram tomados por estrangeiros diante de vocês e devastados como a ruína que eles costumam causar.
[8] Só restou a Filha de Sião como tenda em uma vinha, como abrigo em uma plantação de pepinos, como uma cidade sitiada.
[9] Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado alguns sobreviventes, já estaríamos como Sodoma e semelhantes a Gomorra.
[10] Ouçam a palavra do Senhor, governantes de Sodoma! Escutem a instrução do nosso Deus, povo de Gomorra!
[11] “Para que me oferecem tantos sacrifícios?”, pergunta o Senhor. “Estou farto de holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos gordos. Não tenho nenhum prazer no sangue de novilhos, de cordeiros e de bodes!
[12] Quando vocês vêm à minha presença, quem pediu que pusessem os pés nos meus átrios?
[13] Parem de trazer ofertas inúteis! O incenso de vocês é detestável para mim. Festas da Lua Nova, sábados e reuniões! Não consigo suportar as suas assembleias cheias de iniquidade.
[14] Odeio as suas Festas da Lua Nova e as suas festas fixas. Tornaram‑se um fardo para mim; não as suporto mais!
[15] Quando vocês estenderem as mãos em oração, esconderei de vocês os meus olhos; mesmo que multipliquem as suas orações, não as escutarei! “As suas mãos estão cheias de sangue!
[16] “Lavem‑se! Limpem‑se! Removam as suas más obras para longe dos meus olhos! Parem de fazer o mal!
[17] Aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça; defendam o oprimido. Lutem pelos direitos do órfão; defendam a causa da viúva.
[18] “Venham, vamos refletir juntos”, diz o Senhor. “Embora os seus pecados sejam vermelhos como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como a púrpura, eles se tornarão como a lã.
[19] Se vocês estiverem dispostos a obedecer, comerão os melhores frutos desta terra,
[20] mas, se resistirem e se rebelarem, serão devorados pela espada.” Porque o Senhor é quem fala!
[21] Vejam como a cidade fiel se tornou prostituta! Antes cheia de justiça e habitada pela retidão, agora está cheia de assassinos!
[22] A sua prata tornou‑se escória, e o seu licor ficou aguado.
[23] Os seus líderes são rebeldes, amigos de ladrões. Todos eles amam o suborno e andam atrás de presentes. Eles não defendem os direitos do órfão; a causa da viúva não chega até eles.
[24] Por isso, o Soberano, o Senhor dos Exércitos, o Poderoso de Israel, declara: “Ah! Derramarei a minha ira sobre os meus adversários e me vingarei dos meus inimigos.
[25] Voltarei a minha mão contra você, tirarei toda a sua escória e removerei todas as suas impurezas.
[26] Restaurarei os seus juízes como no passado, e os seus conselheiros, como no princípio. Depois disso, você será chamada Cidade da Retidão, Cidade Fiel”.
[27] Sião será redimida com justiça, e, com retidão, os que se arrependerem.
[28] Mas os rebeldes e os pecadores serão destruídos, e os que abandonam o Senhor perecerão.
[29] “Vocês se envergonharão dos carvalhos sagrados que tanto apreciam; ficarão envergonhados com os jardins sagrados que escolheram.
[30] Vocês serão como o carvalho cujas folhas caem, como um jardim sem água.
[31] O poderoso se tornará como estopa, e a sua obra, como fagulha; ambos serão queimados juntos sem que ninguém apague o fogo.”