< Atos 24

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[1] Cinco dias depois, o sumo sacerdote Ananias desceu a Cesareia com alguns dos líderes dos judeus e um advogado chamado Tértulo, os quais apresentaram ao governador acusações contra Paulo.
[2] Quando Paulo foi chamado, Tértulo apresentou as causas contra Paulo a Félix: ― Temos desfrutado um longo período de paz durante o teu governo, e o teu providente cuidado resultou em reformas nesta nação.
[3] Em tudo e em toda parte, excelentíssimo Félix, reconhecemos estes benefícios com profunda gratidão.
[4] No entanto, a fim de não tomar mais do teu tempo, peço a ti o favor de ouvir‑nos por alguns instantes.
[5] Verificamos que este homem é um perturbador, que promove tumultos entre os judeus pelo mundo todo. Ele é o principal cabeça da seita dos nazarenos
[6] e tentou até mesmo profanar o templo; por isso, nós o prendemos.
[7] Se tu mesmo o interrogares, poderás verificar a verdade a respeito de todas estas acusações que estamos fazendo contra ele.
[8] Os judeus confirmaram a acusação, garantindo que as afirmações eram verdadeiras.
[9] Quando o governador fez sinal para que Paulo falasse, ele declarou: ― Sei que há muitos anos tens sido juiz nesta nação; por isso, de bom grado faço a minha defesa.
[10] Facilmente poderás verificar que há menos de doze dias subi a Jerusalém para adorar a Deus.
[11] Os meus acusadores não me encontraram discutindo com ninguém no templo nem incitando uma multidão nas sinagogas ou em qualquer outro lugar da cidade.
[12] Tampouco podem provar as acusações que agora estão levantando contra mim.
[13] Confesso, porém, que adoro ao Deus dos nossos antepassados como seguidor do Caminho, a que chamam seita. Creio em tudo o que concorda com a Lei e no que está escrito nos Profetas
[14] e tenho em Deus a mesma esperança desses homens: de que haverá ressurreição tanto de justos como de injustos.
[15] Por isso, procuro sempre conservar limpa a minha consciência diante de Deus e dos homens.
[16] ― Depois de estar ausente por vários anos, vim a Jerusalém para trazer donativos ao meu povo e apresentar ofertas.
[17] Enquanto fazia isso, encontraram‑me purificado no templo, sem me envolver em nenhum ajuntamento ou tumulto.
[18] Há, porém, alguns judeus da província da Ásia que deveriam estar aqui diante de ti e apresentar acusações, se é que têm algo contra mim.
[19] Ou os que aqui se acham deveriam declarar que crime encontraram em mim quando fui levado diante do Sinédrio,
[20] a não ser que tenha sido este: quando me apresentei a eles, bradei: “Por causa da ressurreição dos mortos, estou sendo julgado hoje diante de vocês”.
[21] Então, Félix, que tinha bom conhecimento do Caminho, adiou a causa e disse: ― Quando chegar o comandante Lísias, examinarei o caso de vocês.
[22] Em seguida, ordenou ao centurião que mantivesse Paulo sob custódia, mas que lhe desse certa liberdade e permitisse que os seus amigos o servissem.
[23] Alguns dias depois, Félix veio com Drusila, a sua mulher, que era judia, mandou chamar Paulo e o ouviu falar sobre a fé em Cristo Jesus.
[24] Quando Paulo se pôs a discorrer acerca da justiça, do domínio próprio e do juízo vindouro, Félix teve medo e disse: ― Por ora, basta! Pode sair. Quando achar conveniente, mandarei chamar você de novo.
[25] Félix, ao mesmo tempo, esperava que Paulo lhe oferecesse algum dinheiro, de modo que mandava buscá‑lo frequentemente e conversava com ele.
[26] Passados dois anos, Félix foi sucedido por Pórcio Festo, e, como desejava manter a simpatia dos judeus, Félix deixou Paulo na prisão.